Será que a mulher de inúmeras personalidades terá finalmente retornado as origens?
Shadow of the Tomb Raider marcará a hora mais sombria de Lara Croft, e a definirá na Tomb Raider que está destinada a ser. Lara também não vai parar de caçar Trindade para obter informações sobre o fim de seu pai, levando-a a cruzar algumas linhas nunca antes ultrapassadas - como uma série de eventos cataclísmicos desencadeados por um apocalipse maia.
Se sim, não é o único. O fato é que - ao contrário de que todo mundo pensa - Lara Croft foi criada para ser uma vilã. Toby Gard, o criador da personagem, queria que ela se sobressaísse dos personagens criados na época, que eram, basicamente, heróis e homens. Ele queria dar a ela uma personalidade única, um pouco de sarcasmo e ironia com um toque de gentileza. Por isso a decisão de torna-la vilã. Para Toby, Lara não queria destruir o mundo, saquear bancos (até porque, ela não precisava), ou fazer criancinhas chorarem; ela queria os artefatos para si, fazendo qualquer coisa para conseguir o queria.
Esse posicionamento, adotado por Gard, fez com que muitos fãs discordassem dele até hoje, e acabaram definindo Lara Croft como uma anti-heroína ou até mesmo uma heroína, dependendo do jogo. Para você entender melhor sobre isso, veja o significado dessas palavras e compare com a personalidade da Lara, independente do jogo:
Vilão - Adj. rústico, baixo, grosseiro, desprezível, e miserável. Sig. Pessoa má.
Anti-herói - é o termo que designa o personagem caracterizado por atitudes referentes ao contexto do conto contemporâneo, mas que não possuem vocação heroica ou que realizam a justiça por motivos egoístas, pessoais, vingança, por vaidade ou por quaisquer gêneros que não sejam altruístas, ou seja, é o antônimo da ideia que se tem de herói.
Herói - É todo aquele que se sacrifica para alcançar a vitoria pessoal através de atos idealistas para si e para o próximo.
Quando analisado, o termo vilão, fica um pouco pesado demais para uma personagem que mesmo tomando má escolhas, acaba no fim salvando o dia. Também não é coerente chama-la de heroína, uma vez que ela mata qualquer coisa que cruzar seu caminho por simples desejo de conseguir um artefato raro. Logo a melhor escolha para definir a personagem seria anti-heroína.
Lara, na maioria das suas aventuras, apresenta motivos egoístas, pessoais ou até mesmo de vingança - como é o caso de The Angel of Darkness, em que Lara realiza o último desejo de seu mentor e também busca por seu assassino, e, também, como em Rise of the Tomb Raider, quando ela quer encontrar a fonte divina para provar que seu pai estava certo e que todos que o acusaram estavam errados.
Para aqueles que ainda consideram Lara uma heroína, creio que a única aventura a qual ela tenha posicionamento próximo ao heroico, é no Tomb Raider 2013. O que é bastante coerente se analisarmos que sua personalidade nesse jogo ainda não está totalmente formada.
Tanto Jill Murray - escritora que substitui Rhianna Pratchett - quanto Camilla Luddington falaram que nesse novo jogo, Lara cruzará algumas linhas que nos farão questionar suas atitudes, se seus objetivos são tão nobres quanto os de Dr. Domingues (novo antagonista da Lara que é tão bom no que faz quanto ela). Um fato bem positivo para aqueles que adoravam o estilo clássico, nos fazendo lembrar do Pierre DuPont, presente em Tomb Raider 1996 e no Anniversary.
Camilla disse em uma entrevista, à Entertainment Weekly, o seguinte:
[Enterteinment Weekly] Isso significa que ela vai cruzar algumas linhas que ela não teria cruzado no passado?
[Camilla Luddington] Sim. O que é super interessante para mim sobre este jogo específico é que há momentos em que você pode ver Lara quase como um vilão em oposição ao herói. Você quase pode entender o vilão em nosso jogo, entender que ele poderia ser o herói. Ela definitivamente cruza linhas, e linhas que ela nunca pretendeu atravessar. Ela sente que se perdeu. Para mim, é muito interessante quando você tem um personagem que é líder de um jogo e começa a questionar seus motivos. Você começa a questionar se o que eles estão fazendo ou se tentar ter sucesso é, de fato, a coisa certa.
[Enterteinment Weekly] Foi difícil para você reconciliar algumas das ações de Lara enquanto fazia a narração?
[Camilla Luddington] Sim. Eu sempre falei sobre como essa personagem, de qualquer outra personagem, é aquela que venho fazendo há mais tempo. Sempre que eu volto para um jogo, eles levam anos para fazer. Eu sinto como estando com ela por um longo tempo em sua jornada em qualquer um dos jogos. Neste jogo, definitivamente, há momentos - estou tão apegado a ela que queria o melhor para ela, ou queria que ela ouvisse Jonah neste momento em vez de resistir. Claro que ela não. Eu acho que, de certa forma, às vezes você tem de chegar ao fundo do poço para ter esse crescimento, ou para olhar no espelho. É realista, as pessoas cometem erros. Eu acho que ela precisa disso no jogo para ter algum tipo de crescimento como personagem.
E o que é Lara Croft para você? Deixe um comentário.
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