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  • Foto do escritorVinícius Calheiros

A Cidade Perdida de Atlântida - The Mith Behind of the Tomb Raider.

Um dos maiores enigmas da arqueologia é a localização da cidade de Atlântida. Parte da repercussão que esse local possui é devido a uma das maiores catástrofes naturais da civilização antiga, onde a região foi completamente inundada por um tsunami após uma violenta explosão vulcânica. Você agora deve estar se perguntando: O que Atlântida tem a ver com Tomb Raider? Esse “mito” foi abordado no jogo pioneiro da franquia, Tomb Raider de 1996, e posteriormente, no remake, Tomb Raider: Anniversary. Há fortes indícios que indicam que a cidade perdida é muito mais que um mito, visto que foi citada pelo povo egípcio e também pelo filósofo Platão. A equipe do Croft Manor Brasil debruçou-se em diversas teorias a fim de entender a história por trás do mito, bem como a maneira que foi representada nos jogos. Portanto, se acomode na mansão e embarque numa viagem entre Grécia, Peru e Egito no primeiro episódio da série The Myth Behind of The Tomb Raider.




Primeiramente, é importante destacar que a humanidade já procurou por Atlântida em mais de 40 lugares e quase em todos os continentes. O cataclismo que devastou a cidade impossibilita uma busca precisa. No entanto há teorias que podem indicar onde seria o local, sendo um evento bastante retratado ao longo dos séculos.


Platão foi o pioneiro que abordou mais precisamente sobre Atlântida. Ele foi um filosofo grego que viveu entre (428-347 a.C.) e se embasou em relatos feitos por escribas durante o reinado do faraó Amosis I – responsável por inaugurar um dos períodos mais famosos da história do Antigo Egito, conhecido como o Novo Império. De acordo com os hieróglifos egípcios, uma grande fumaça podia ser avistada no céu, devido a uma explosão vulcânica. Posteriormente, os sobreviventes da suposta Atlântida buscaram abrigo no Egito e relataram que a atividade vulcânica ocasionou um tsunami, devastando completamente a região.


O documento histórico está disponível em um museu junto com a múmia do Amosis I.




No seu livro, o filósofo grego descreve Atlantis como uma região de ilha cercada de vários “anéis de terra” altamente produtiva, com uma economia forte, bastante pacífica, com um povo culto, atlético e possuidor de muitas riquezas. Terremotos eram comuns antes da destruição total do reino perdido. O que a população não suspeitava era que estivesse em cima de um grande vulcão - até então adormecido. Houve duas erupções, uma com gazes e pedregulhos, não tão letais, que permitiu a fuga de alguns habitantes; e por último, cerca de um mês depois, a mais letal de todas, que determinou o fim da cidade. A ação vulcânica move as placas tectônicas ocasionando intensos terremotos e gerando, então, o tsunami. Os relatos apontam que foi uma das maiores atividades vulcânicas da história da humanidade – isso explica o fato de ter sido vista do Egito.

Os cientistas sempre estiveram divididos com relação tanto a veracidade dos eventos, quanto com a localização da cidade perdida. Para uns é apenas um mito, para outros, os relatos egípcios junto da descrição minuciosa de Platão não poderiam ter sido inventadas. Há muito detalhes e ligações que combinam entre si: os hieróglifos do Egito, o livro de Platão, e por último os relatos da bíblia. Neste último, há textos que são aceitos pela comunidade científica como relatos históricos, uma vez que reforçam o evento do cataclismo vulcânico, sendo possível ser visto da terra dos faraós. Segundo os relatos, escurecimento do céu sobre o Egito, e a separação das águas do Mar Vermelho foram consequências da explosão em Santorini na Grécia, o palpite mais aceito de ser Atlântida.


Em 1967, o arqueólogo grego Spyridon Marinatos descobriu os restos de uma cidade cretense do período da Idade do Bronze, Santorini, no qual citamos acima. No local foram encontrados vários vestígios de uma sociedade até então não identificada, mas com forte semelhança a cultura grega. Anos depois, as fortes evidências levaram o geólogo Dr. Martin Pepper junto com sua equipe a fazer um mapeamento da parte submersa por água em Santorini, no intuito de reconstruir a área que também foi alvo de atividade vulcânica e tsunami.



Os investigadores constatam que o local possuem paredes rochosas com marcas de atividade duas atividades vulcânicas, em diferentes momentos, também possuem vestígio de vegetações que putrificaram devido a submissão da água. Posteriormente, os mesmos descobrem vários artefatos que pertencem a uma “civilização misteriosa” que estão retratadas em tumbas egípcias como um grupo de imigrantes, logo os pesquisadores chegam à conclusão que o lugar é extremamente parecido com a descrição de Platão. Porém, apesar da descrição de Atlântida bater com a de Santorini, o filosofo ressalta em seus textos que a localização da cidade está para além das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar). O documentário no The History Chanel explica a tentativa de comprovação de Atlantis pelo Dr. Pepper, que recomendamos.

Outra hipótese bastante famosa foi a do físico Enrico Mattievich que defende que Atlântida está localizada na América do Sul, mais precisamente no Peru. A inspiração para criar a teoria veio a partir de uma visita ao Palácio de Chavin de Huantar, onde Enrico avistou uma figura de Medusa - diretamente ligada com a cultura grega - além de objetos feitos de uma liga de ouro e prata, que ao receber uma parte de cobre tornava-se avermelhada. Platão retratou que havia objetos avermelhados em sua descrição, despertando, então, a atenção de Mattievich que acreditava que os gregos haviam alcançado à América. O físico acredita que Platão pode ter se enganado ao descrever a localização de Atlântida e também os danos à cidade terem ocorrido devido a uma erupção vulcânica, num evento que ele chama de deturpação da história.

Em Tomb Raider, Atlântida também é um local misterioso, e como vocês já sabem, de tudo aquilo que é raro e perigoso, Lara Croft vai atrás. A cidade perdida está em algum lugar no mediterrâneo – entre Egito e a Grécia – e era governada harmoniosamente pelos irmãos Tihocan, Qualopec e Natla. Uma série de eventos começa a ocorrer na cidade, após Natla romper com a ordem dos três e decidir criar A Sétima Era: Evento que destruiria o mundo – até mesmo a própria Atlântida – que, posteriormente, poderia ser refeito por quem for o possuidor todas as partes do Scion, dando a ele o poder de escolher quem levará consigo para o novo mundo. Porém, após abusar dos seus poderes como soberana, Natla é impedida pelos seus irmãos, julgada e condenada. Tihocan e Qualopec expulsam-na da sociedade do Scion e a culpam, merecidamente, pelas catástrofes que ocorrem com a população.


Os roteiristas do clássico Tomb Raider fazem uma adaptação bem coerente sobre o mito de Atlântida. Diferentemente do pensamento comum, os países presentes nos jogos não são aleatórios. Os lugares visitados por Lara Croft estão de acordo com as teorias mais famosas sobre o “mito”. Peru, Grécia, Egito, locais onde guardam as partes do Scion juntamente com as tumbas de seus respectivos donos, assim como também, a própria Cidade pedida. A recriação do local mitológico – ou não – é bastante autoral, sendo possível observar que funciona como uma espécie de organismo vivo, e até dá para ouvir algo parecido com batimentos cardíacos, que são tão icônicos que irão aparecer nos próximos dois títulos da franquia (TRII e TRIII), tornando assim, uma grande marca da primeira trilogia de Tomb Raider.



O Remake de Tomb Raider também não fica para trás ao adaptar a civilização atlântica. Anniversary dá um grande destaque para arquitetura, apresentando um visual bastante singular. Muitos locais são confortavelmente parecidos com o clássico, de modo que o jogador veterano tem uma sensação quentinha no coração do tipo: eu já estive aqui antes. A sensação de mistério e de perigo é comum nos dois títulos, deixando evidente que no local não restou absolutamente nada após os atos de Natla, a não ser as criaturas viscerais comandadas por ela.


Uma coisa é certa, o maior mistério não é entender quais teorias estão corretas, se os egípcios ou até mesmo a bíblia realmente estão se referindo catástrofe que arruinou Atlântida, mas o fato da humanidade, mesmo após de tantos anos, ainda tentar decifrá-las. Estaria Platão enganado ao descrever a cidade perdida ou seria apenas uma metáfora filosófica? Isso somente o tempo poderá dizer.


E para você, Atlântida era um local real ou apenas um mito?

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